Amy Winehouse

   
     É raro acharmos alguém, principalmente um artista que tenha, além de seu talento, seu estilo próprio. Podemos traduzir Amy Winehouse nessas palavras, uma estrela que não se encaixava em nenhum padrão e que brilhará daqui pra frente apenas em nossas memórias. Esse post não terá imagens dela bêbada ou ferida , justamente pela pessoa que ela foi, do talento natural que ela possuía e pelo momento no qual, o que nós podemos fazer é homenagear. 

      De família judia e humilde, Amy nasceu em Londres e já tinha uma banda de rap aos 10 anos. Com 16 já cantava profissionalmente, o que chamou a atenção da Island, sua primeira gravadora e produtora do cd de estréia Frank, totalmente composto pela cantora e que só foi lançado no Reino Unido. O segundo álbum Back To Black, veio em 2006 e ganhou 5 das 6 categorias das quais foi indicado(Artista Revelação, Canção do Ano, Gravação do Ano, Melhor Performance Vocal Pop Feminina e Melhor álbum Vocal Pop) se tornando o cd mais vendido de 2007 (5 milhões de cópias) e trazendo o estrondoso sucesso Rehab, que é considerada uma das músicas mais influentes da década.

     Um ícone: Após a grande repercussão do cd, Amy passou para o status de Diva do Jazz por sua incrível voz e sua personalidade, um estranho jeito de dizer ''You know I'm no good'' (Você sabe que eu não presto) e fazer a platéia agradecer por isso. Sua clara obsessão pelos anos 50 refletia-se em sua aparência, como a pin-up tatuada no braço direito, as roupas usadas em apresentações e sua marca principal: o cabelo ! Imitado por todos ao redor do mundo, aquele penteado carregava a essência de Winehouse. Ela mesma disse que, quanto mais insegura estava, maior fazia sua colméia de cabelo.

    Outra característica marcante, além de sua maquiagem, é a espontaneidade de revelar seus sentimentos através das canções. Suas músicas, em sua maioria, abordando decepções amorosas e lembranças, se adequavam à todos os públicos por terem sido feitas através de experiencias reais. '' Eu digo coisas nas músicas que não admitiria nem pra mim mesma, me olhando no espelho '' - A.W.

     Problemas todos temos mas, um misto de prazer e agonia rondava as idas e vindas da cantora. O casamento com o conturbado Blake não trouxe bons frutos. Ele apresentou drogas pesadas à ela e ambos protagonizaram brigas públicas, não só com o marido mas com fãs e seguranças também, o que piorava o estado de saúde de Amy, que já era dependente química do Álcool. Esses episódios renderam visitas à corte e consequentemente, à prisão. Suas performances não eram mais as mesmas, nem sua presença era garantida. Ao subir no palco visivelmente alcoolizada, esquecer as letras era o de menos perto dos inúmeros shows não terminados.

      Mas parece que isso fazia parte dela. Fãs iam pra suas apresentações preparados para esperarem por ela, preparados pra puxarem o coro quando as palavras fugissem e pra gritar seu nome quando ela se retirasse, preparados pra dar todo amor que ela merecia. Ela era a única que conseguia sair da rehab mais brilhante do que antes, suas polêmicas em nenhum momento conseguiram manchar o que sua poderosa voz e capacidade construíram. Os fãs brasileiros tiveram a oportunidade de apreciar a última turnê de Amy, que passou por aqui em Janeiro. Eu até escrevi uma postagem sobre a passagem dela por aqui, chamada Amy Está na Cidade e me deparei com a seguinte linha : Famosos que compareceram ao show brincam dizendo que tinham que ver um show dela enquanto ela ainda está neste mundo. Quem diria né ? 

        Agora, mais uma estrela entra pro 'Clube dos 27'. Os membros são aqueles que partiram dessa vida com apenas 27 anos, deixando sua imagem eternamente jovem. Alguns integrantes são Jimi Hendrix, Kurt Cobain, Janis Joplin e Brian Jones, grandes astros de suas épocas. É com pesar que nós homenageamos alguém tão especial após a morte, principalmente alguém que ainda tinha um grande futuro pela frente. Aí embaixo temos uma prova da incrível mistura da sua voz rouca com os ritmos que mais adorava, Jazz e Soul. Amy Winehouse traduz nosso estado em 'Back to Black', literalmente 'De volta para o luto'.